terça-feira, 17 de agosto de 2010

Concessão da construção de novas estradas, sim. Portagens, em estradas velhas, não.

Vamos concordar, sim, que por falta de capacidade da Administração Nacional de Estradas (ANE) e do governo na gestão e manutenção de estradas, a solução passa pela concessão da estrada nacional à uma gestão privada, mas não com direito a cobrança de portagens.

Anualmente, pagamos o imposto de circulação e de certeza continuaremos a paga-lo, mas a única solução que o governo vê passa por sacrificar o povo com a introdução de portagens numa estrada, herdada do colonizador que foi mais racional e justo, pois sendo o único ponto de ligação do Rovuma á Maputo e do Zumbu ao indico, de forma a não excluir grosso modo as populações desfavorecidas, optou por portagens apenas em pontos críticos ou seja que mais dispendiosos se tornavam com a manutenção dos mesmos, facto que o governo de Moçambique sempre manteve, mesmo com uma quase que inexistente manutenção dos troços em questão.

Ontem a justificação do governo era a guerra de desestabilização, factor impeditivo da manutenção das estradas, do investimento no transporte , marítimo e ferroviário e hoje,(?) não será, de facto, a incapacidade administrativa da ANE?

Qual será o critério, a ter nas portagens, dado ser este o único meio de ligação entre as diferentes localidades, distritos e províncias?

Terão as populações locais, tendo em conta serem as mais desfavorecidas, economicamente e que mais uso fazem da estrada nacional, acesso livre aos troços locais da estrada?


Haja concessão a construção de uma via alternativa, adaptada ao século XXI, capaz de levar-nos com segurança, do Rovuma à Maputo e do Zumbo ao indico, que ai sim, justificar-se-á a introdução do sistema do utilizador – pagador (portagens) e não fazer da estrada do povo uma estrada privada.

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