"Em Moçambique, por exemplo, a Frelimo tem medo da Democracia" – afirma Afonso Dhlakama, em Nampula
O líder da Renamo ao afirmar uma coisa destas quer ele demonstrar a existência, clara e nítida, de democracia no nosso Moçambique - para que haja medo de algo é necessário que algo exista – mas que, o seu partido, não consegue de certa forma, complementar o que falta nesta, para que ela seja, de facto, mais amadurecida. Não deixo de frisar que as mais sólidas democracias não caíram de noite para dia, foram fruto de um longo percurso de aprendizagem, experiências vividas, sobretudo, coragem e determinação dos entes intervenientes nos espaços cuja a sua implementação se mostrou necessária e no momento certo, souberam agir, não havendo de certa forma, nenhuma isenta de erros, de abusos – faz tudo parte da escola democrática, pelo que me vou cingir a mera existência de múltiplos partidos, para não ter que demonstrar a fraqueza desta.
…a Frelimo tem medo da Democracia…
Todo o povo, culto, é consciente de que a Renamo lutou para que o país sofresse uma viragem politica, que por sinal positiva para a nação, assistimos a eleições transparentes, livres e justas, assistimos ao fim do poder pelo partido único, assistimos a uma abertura as liberdades individuais, assistimos ao exercício do poder por parte do vencedor com a constituição de uma assembleia representativa, eleita como consequência da liberdade do exercício de um direito constitucionalmente consagrado e na mais pura vertente – sufrágio universal - da qual Dhlakama e seus pares em obediência aos resultados desse exercício democrático, tem pleno campo de actuação, fazem parte dela, pelo menos isto transparecem ao eleitorado, fora os resultados das eleições que assim, também transparecerem.
…a Frelimo tem medo da Democracia…
Mas talvez, porque no âmbito desse exercício democrático, no âmbito das responsabilidades, pelo eleitorado atribuído a Dhlakama e seus pares, algo tem falhado e que a continuar assim, como tradicionalmente nas democracias amadurecidas, mais firmes e consistentes, o povo tem a sua liberdade de julgar, de condenar aos partidos políticos com a sentença a ditar no momento das eleições, distribuído justiça no momento das eleições, distribuído o voto como fruto da confiança pelo trabalho desempenhado quer pelos líderes candidatos quer pelos, próprios, partidos candidatos, conforme o trabalho demonstrado durante a legislatura, embora com uma insignificante margem de erro – isto porque quer na oposição quer no poder, todos tem um papel a desempenhar e de crucial importância para solidificação da democracia.
…a Frelimo tem medo da Democracia…
O povo confiou em Dhlakama e seus pares, como catalizador neste processo, conferindo-os o poder de intervir, de influenciar, de membro activo neste exercício que quer a Renamo quer o povo, sempre ansiaram poder viver sobre os seus princípios, mas a pergunta bastante pertinente a colocar face a afirmação do carismático líder, é se de facto, o líder e os seus pares tem exercido as incumbências neles depositadas, face a sua capacidade demonstrada ao longo da história politica de Moçambique, como dotados de capacidade para fazer oposição a politica governativa da Frelimo, para fazer face a politica da Frelimo quer com criticas quer com opiniões, forçando a mudanças na politica moçambicana, com efeitos positivos na vida da nação, reflectindo-se na politica social, educativa, saúde, habitação…ou será que a classe politica da Frelimo não é aberta ao conhecimento, censurando o mesmo, ignorando o facto de que o conhecimento não pode ser censurado, caso se pretenda que este tipo de sociedade funcione, conforme os princípios e regras democraticas. Dhlakama, é membro do conselho de estado, com dignidade constitucional, de consulta do presidente da República e que pelo que tudo indica, funciona sem um membro constitucionalmente designado e com grande pendor democrático na defesa dos interesses da classe eleitora, o provedor de justiça – Dhlakama, convive com uma inconstitucionalidade por omissão, é cúmplice e hoje afirma ……a Frelimo tem medo da Democracia…não se estará a dar de vencido?
O povo não reivindica por um espectáculo democrático, mas por quem possa defender os seus interesses vitais para uma vida sã e dentro dos princípios éticos e morais, politica, social e culturalmente admissíveis numa sociedade inserida na aldeia global que faz o mundo mais justo e tem Dhlakama, a incumbência de trazer um pão a mesa dos moçambicanos, (…) com manteiga.