O povo moçambicano clama pela plena democratização do país com os representantes do povo dia-a-dia, demonstrando seguir totalmente, o caminho do divórcio com os legitimadores do poder, o povo. O eleitorado anseia por políticas claras, representativas dos seus desejos, aceitáveis a luz dos princípios sócio-culturais e éticos da sociedade moçambicana ou mesmo regida por princípios fundamentais de um estado democrático.
Mas, o enraizamento na sociedade moçambicana do cabritismo e uma crescente juventude “yesmanista” que cedo também se divorciara dos princípios deontológicos e éticos apreendidos quer no seio das famílias quer nas academias, de forma a facilmente sobreviverem na débil economia com vertente político partidária-laboral. O que de certa forma, mais dificulta aos representantes do povo levar a nação rumo à democracia, na sua plenitude, surgindo até quem advogue ser esta para Moçambique, um erro, afirmando que a democracia não é, de facto, um modelo de organização sócio-politico e governativo, adequado a realidade moçambicana. Ora, de todos, defensores de tamanha barbaridade, nenhum até aqui definira o que é democracia. Pelo, que concluo, não passar do típico jovem que se caracteriza por forte ambição, ganância e ostentação gratuita, de bens matérias do ocidente, mas não dos princípios ético-sociais e políticos ocidentais.
É verdade sim, que tendemos a ter uma sociedade civil, caminhando a passos largos de encontro com os ditadores do poder que negam a responsabilização política dos seus actos e uma administração e justiça fortemente dependente da vontade anarquista do poder politico em detrimento dos princípios atinentes a realização da justiça. Ora, na história da democracia moçambicana, não me lembro de ver sanções pela não declaração do património dos membros da classe política. Acrescida a vergonha que são os nossos tribunais céleres e com penas severas para crimes de furto, para os crimes de corrupção a balança desafinada funciona com penas, também, mais severas para valores diminutos e meras correcções para os verdadeiros lesantes do erário público nacional – como quem diz faça com maior discrição.
Mas com uma juventude incapaz de reger a si próprio, uma juventude que seria a força da mudança, uma mudança politica, conforme a vontade popular, que futuro para a democracia moçambicana? Se esta, que poderia forçar os seus partidos a adoptar os princípios democráticos, se vê limitada por um compromisso de submissão a aceitação de todos os ditames dos líderes partidários, com fundamento na ideologia partidária em detrimento da ciência e banalização da academia.
Mas, não me vejo, a admitir que em pleno século XXI um jovem dotado, supostamente de conhecimentos científicos aceite o reinado inquestionável da ideologia em detrimento de uma fundamentação científica de tal ideologia. Haverá algum beneficio em abdicar das bases de interpretação científica da ideologia política - partidária, por uma meramente política e que não passa de veículo de exteriorização da vontade de populistas?
Para quem não concorda comigo, que demonstre uma influencia positiva na situação dos jovens moçambicanos ou mesmo na vida do povo, ditada pela força da juventude. A juventude precisa de se unir e lutar por princípios racionais, adequados a uma implementação dos princípios fundamentais democráticos no seio dos seus partidos, bem como na sociedade, a conseguir unir-se independentemente da sua cor partidária na busca de soluções cientificamente aceitáveis para os inúmeros problemas do país.
Só a implementação de princípios democráticos no seio partidário permitirá a nação viver em democracia plena, sem que a juventude seja alvo de discriminação político ideológico – partidária, poder-se-a encontrar soluções para os inúmeros problemas e ver-se-á diminuídos, o crime, corrupção, efectuando-se uma eficaz luta contra a fome e as doenças inaceitáveis que ainda dizimam o nosso povo e um real investimento na educação.
São estes os problemas que sempre ficaram por conta e risco das gerações vindouras. Que dizer do futuro do país, com este tipo de jovens e uma classe política abusadora da sua legitimidade democrática!