A justiça moçambicana, parece precisar de tempos ilimitados de inquérito, tendo olhos só para o processo esquecendo que os arguidos, sofrem os efeitos do próprio processo penal, já que o processo em si é uma pena, por ventura bem mais gravosa que a pena que lhes possa, caso venha a ser aplicada, caber por força de uma condenação.
Convenhamos senhores, magistrados, a investigação da criminalidade económica, na pratica, não tem de ser difícil, ou então selo-a apenas na medida em que as autoridades judiciarias e as policiais não estão preparadas para interpretar relatórios de gestão, contas de exercício e outros documentos de prestação de contas, extractos de contas bancárias ou que mais tiver de ser …. Mas aí o problema é outro, falta de especialização dos recursos humanos
A continuar assim, os processos judicias na nossa república, como a (h)istória nos tem mostrado, acabam apenas servindo para julgar os arguidos na praça publica, onde estes nem se quer tem como se defender, quer da imprensa quer do próprio povo, nem mesmo na medida da sua culpa ou da inocência.
Há necessidade dos titulares dos procedimentos de investigação terem sempre em conta o julgamento, calendarizando a investigação de maneira a obter resultados depressa, em vez de pensarem que a sua função esgota-se na acusação, demore o que demorar, como se a sua palavra fosse a ultima em termos de verdade e de justiça, é preciso pois ganhar a consciência da cultura de justiça, mesmo em momentos de campanha ou de procura de um voto de confiança dos doadores, pois já diz o velho ditado…”que a necessidade não supere a moral…”